Américo Olavo

Américo Olavo

Américo Olavo Correia de Azevedo CvTECvCComACvAOSE (Funchal, 16 de dezembro de 1881[1] — Lisboa, 8 de fevereiro de 1927) foi um oficial do Exército Português, veterano da Primeira Guerra Mundial e político republicano.

Biografia

Nasceu no Funchal, na Madeira, no seio de uma importante família do arquipélago: era o filho mais novo de Carlos Olavo Correia de Azevedo e de Maria Adelaide Cabral de Azevedo, e irmão de Carlos Olavo (também ele uma figura da Primeira República e combatente na Grande Guerra) e de Mauro Olavo. Casou duas vezes: em 1915, com Fanny Manorrof, uma cidadã russa; e em 1924, com Maria Ernestina Santos Soares de Albergaria. Não teve filhos de nenhum dos casamentos.[2]

Iniciou a carreira militar em Agosto de 1901, alistando-se como voluntário no Regimento de Infantaria n.º 5, sendo promovido a Alferes em Novembro do mesmo ano. Em 1904, concluiu o curso de Infantaria da Escola do Exército, e em 1912 o curso da Escola Superior Colonial. Passou por vários regimentos e foi sendo sucessivamente promovido até atingir o posto de Capitão, em 1915, e o de Major, em 1922, altura em que passa à disponibilidade.[2]

Esteve envolvido no combate à ditadura de João Franco em 1906, na preparação do Regicídio em 1908, e na revolução de 5 de Outubro de 1910, que instaurou a República em Portugal. Viria também a participar nos movimentos revolucionários de 1915.[2] Durante a Primeira República, foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Castelo Branco e, entre 1911 e 1925 (à excepção do período sidonista), foi eleito deputado ao Congresso da República, sempre pelo círculo do Funchal.[2] Foi ainda ministro da Guerra no governo de Álvaro de Castro, entre Março e Julho de 1924, tendo o seu curto mandato ficado marcado pela chamada Revolta dos Aviadores da Amadora.[2]

Durante a Primeira Guerra Mundial, voluntariou-se logo em 1914, quando foram apresentadas as primeiras propostas de entrada do país no conflito. Partiu para a Flandres em 27 de Maio de 1917, comandante de uma companhia do Regimento de Infantaria n.º 2. Foi feito prisioneiro pelos alemães na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918), regressando a Portugal nos princípios de 1919; foi por isso condecorado com a Cruz de Guerra e com a 3.ª classe da Ordem da Torre e Espada (o primeiro militar português que participou na Grande Guerra a receber esta condecoração[2]) por actos de bravura praticados durante a campanha.[3] Sobre este período, escreveu a obra memorialista Na Grande Guerra (Guimarães & C.ª Editores, 1919).[3]

Foi morto a tiro por militares afectos ao regime durante a Revolta de Fevereiro de 1927, movimento de combate à Ditadura Militar instaurada no ano anterior, em sua casa, na Rua de Sant’Ana à Lapa.[2] Os registos oficiais dão conta de ter sido um disparo acidental ocorrido durante as buscas à sua residência por evidências de ligações aos revolucionários, mas a tese de assassinato nunca foi verdadeiramente posta de parte.[4]

Referências

  1. «Livro de registo de baptismos de Santa Maria Maior (1882)». Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira. Consultado em 15 de Julho de 2021 
  2. a b c d e f g Mariano, Fátima (Maio de 2017). «Crónicas Bibliográficas - Américo Olavo: o homem, o militar, o político e o revolucionário». Revista Militar (2584). Consultado em 15 de Julho de 2021 
  3. a b «Américo Olavo». Projecto Vercial. Universidade do Minho. Consultado em 15 de Julho de 2021 
  4. «Aconteceu em 1927 - O ponto final definitivo na Revolta de Fevereiro». Diário de Notícias. 14 de Fevereiro de 2019. Consultado em 15 de Julho de 2021 
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António Xavier Correia Barreto Joaquim Pimenta de Castro Alberto da Silveira António Xavier Correia Barreto (2.ª vez) João Pereira Bastos • António Pereira de Eça Joaquim Cerveira de Albuquerque Joaquim Pimenta de Castro (2.ª vez) Junta Constitucional Basílio Teles (não empossado) José de Castro José Maria Norton de Matos Afonso Costa (interino) José Maria Norton de Matos (continuação) Junta Revolucionária Sidónio Pais João Tamagnini Barbosa (interino) Amílcar Mota • Álvaro de Mendonça • Luís da Cunha Corte Real • José Alberto da Silva Basto • António Maria de Freitas Soares • Jorge de Vasconcelos Nunes (interino) António Maria de Freitas Soares (continuação) Jorge de Vasconcelos Nunes (interino) António Maria Baptista Hélder Ribeiro José Mendes dos Reis (não empossado) Hélder Ribeiro (reconduzido) João Estêvão Águas João Pedroso de Lima (interino) Hélder Ribeiro (2.ª vez) Álvaro de Castro (inicialmente interino) Alberto da Silveira (2.ª vez) António Maria de Freitas Soares • José Cortês dos Santos • Carlos Maia Pinto (interino) João Pinto de Magalhães • Fernando Freiria • António Xavier Correia Barreto (3.ª vez) Ernesto Vieira da Rocha Fernando Freiria (2.ª vez) António Maria da Silva (interino) Óscar Carmona António Ribeiro de Carvalho Álvaro de Castro (2.ª vez; interino) Américo Olavo • Ernesto Vieira da Rocha (2.ª vez) Hélder Ribeiro (3.ª vez) Ernesto Vieira da Rocha (3.ª vez) Vitorino Henriques Godinho (interino) António Mimoso Guerra Vitorino Guimarães (interino) António Maria da Silva (2.ª vez) Ernesto Vieira da Rocha (4.ª vez) José de Mascarenhas

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