Decreto Nero

Alfred Jodl (entre o major Wilhelm Oxenius à esquerda e o general -almirante Hans-Georg von Friedeburg à direita) assinando o instrumento alemão de rendição em Reims, França, 7 de maio de 1945

O Decreto Nero foi assinado por Adolf Hitler em 19 de março de 1945. Ordenava a destruição da infraestrutura da Alemanha e de países ocupados para evitar que as tropas aliadas (principalmente as soviéticas) tivessem acesso às obras e construções da era nazista. Foi intitulado primeiramente de Demolições do território do Reich (Befehl betreffend Zerstörungsmaßnahmen im Reichsgebiet),[1] e mais tarde foi renomeado por lembrar o ato do imperador romano Nero, que supostamente teria sido o autor do grande incêndio de Roma, no ano de de 64 d.C..

Consequências

O decreto foi em vão. A responsabilidade de realizá-lo coube a Albert Speer, Ministro de Armamentos e Produção de Guerra de Hitler. Segundo ele, Speer ficou horrorizado com a ordem e perdeu a fé no ditador. Assim como von Choltitz fizera vários meses antes, Speer deliberadamente falhou em cumprir a ordem. Ao recebê-lo, ele pediu poder exclusivo para implementar o plano, usando seu poder para convencer os generais e os Gauleiters a ignorar a ordem. Hitler permaneceu inconsciente disso até o final da guerra, quando Speer, enquanto visitava Hitler em seu bunker em Berlim, admitiu a ele que desobedeceu deliberadamente. Hitler estava zangado com seu ministro, mas permitiu que Speer fosse embora. Hitler cometeu suicídio em 30 de abril de 1945, 42 dias após a emissão da ordem. Pouco depois, em 7 de maio de 1945, o general Alfred Jodl assinou a rendição militar alemã e, em 23 de maio, Speer foi preso por ordem do general norte-americano Dwight D. Eisenhower, juntamente com o resto do governo provisório alemão liderado pelo almirante Karl Dönitz, sucessor de Hitler como chefe de Estado.[2]

O Decreto

Es ist ein Irrtum zu glauben, nicht zerstörte oder nur kurzfristig gelähmte Verkehrs-, Nachrichten-, Industrie- und Versorgungsanlagen
bei der Rückgewinnung verlorener Gebiete für eigene Zwecke wieder in Betrieb nehmen zu können.
Der Feind wird bei seinem Rückzug uns nur eine verbrannte Erde zurücklassen und jede Rücksichtnahme auf die Bevölkerung fallen lassen. Ich befehle daher:
1. Alle militärischen Verkehrs-, Nachrichten-, Industrie- und Versorgungsanlagen sowie Sachwerte innerhalb des Reichsgebietes,
die sich der Feind zur Fortsetzung seines Kampfes irgendwie sofort oder in absehbarer Zeit nutzbar machen kann, sind zu zerstören.[3]

(secção) «É um erro acreditar que as infraestruturas de transportes, comunicações, industriais, ou abastecimentos que não tenham sido destruídas ou paralisadas temporariamente possam ser usadas novamente para nossos propósitos quando o território perdido for recuperado.

O inimigo em retirada não nos deixará senão terra queimada, sem qualquer consideração pela população. Portanto, eu ordeno:

1. Todas as instalações de transportes, comunicações, industriais, e de abastecimentos, bem como quaisquer outros bens de valor no território do Reich que possam ser de alguma utilidade para o inimigo, imediatamente ou num futuro próximo, para a continuação da guerra, devem ser destruídas.»

Ver também

Referências

  1. «Hitler's "Scorched Earth" Decree (Nero Decree) (March 19, 1945) and Albert Speer's Response (March 29, 1945)». German History in Documents and Images (em inglês). Consultado em 29 de outubro de 2011. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2007 
  2. Hamsher (Wiliam), Albert Speer / Victim of Nuremberg ?, Londres, Frewin, 1970; Schmidt (Matthias), Albert Speer / Das Ende eines Mythos, Munich, Scherz, 1982
  3. «Erlass Adolf Hitlers: "Zerstörungsmaßnahmen im Ruhrgebiet" [sog. "Nero-Befehl"]». Internet-Portal Westfäliche Geschichte (em alemão). Consultado em 29 de outubro de 2011. Cópia arquivada em 2 de julho de 2010 
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