UNITA

União Nacional para a Independência Total de Angola Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de Unita) Ir para: navegação, pesquisa

A UNITA, acrónimo de União Nacional para a Independência Total de Angola é um partido angolano, fundado em 1966, por dissidentes da FNLA e do GRAE (Governo de Resistência de Angola no Exílio), de que Jonas Savimbi, fundador da UNITA, era ministro das relações exteriores[nota 1]. Índice

[esconder] 
   * 1 História
   * 2 Notas
   * 3 Referências
   * 4 Bibliografia

[editar] História Bandeira da UNITA. Angola Coat of arms of Angola.svg

Este artigo é parte da série: Política e governo de Angola

   * Presidente
         o José Eduardo dos Santos
   * Vice-presidente
         o Manuel Domingos Vicente
   * Assembleia Nacional
   * Partidos políticos com representação
     na Assembleia Nacional
         o MPLA, UNITA, CASA, PRS, FNLA,
   * Eleições:
         o Legislativa de 2008
         o Gerais de 2012
   * Subdivisões
         o Províncias
         o Municípios
         o Comunas
         o Cidades
         o Vilas
         o Aldeias
   * Política externa

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Após a sua formação em 1966, a UNITA necessitando de apoios externos, virou-se para a China, uma vez que os outros grandes países, passíveis de apoiar uma guerrilha anti-colonial em Angola, já tinham compromissos com a FNLA ou o outro movimento entretanto fundado, o MPLA. A preocupação dominante da UNITA foi, no entanto, a de assegurar-se o apoio dos Ovimbundu, a maior etnia em Angola, à qual o próprio Savimbi pertencia[1]. A UNITA vai travar operações de guerrilha no Leste do então território colonial, sem conseguir chegar ao Planalto Central, "habitat" dos Ovimbundu[2], entre os quais desenvolveu, no entanto, um intenso trabalho de mobilização política[3].

Quando Portugal anuncia, em 1974, a sua intenção de retirar-se das suas colónias, a UNITA envolve-se do lado da FNLA no conflito armado que irrompe com o MPLA. No dia em que, em 1975, o MPLA declara a independência do país na capital, Luanda, UNITA e FNLA fazem o mesmo no Huambo, capital de província situada no Planalto Central. Apesar dos apoios já não da China, mas dos EUA, da África do Sul (ainda no tempo do apartheid) e de outros países, a coligação é militarmente derrotada, devido à intervenção de Cuba do lado do MPLA. A aliança UNITA - FNLA desfaz-se de imediato, produzindo-se inclusive hostilidades esporádicas entre ambas, no centro e no sul do país.

O MPLA proclama um estado de partido único e a UNITA e a FNLA passam a ser consideradas ilegais, e ambas retomam, sem demora, a luta armada contra o MPLA. Inicia-se assim a Guerra Civil Angolana que durará até 2002 e, para lá das dinâmicas internas, é condicionada pela Guerra Fria que prevalecia, internacionalmente, durante boa parte deste período. Ao mesmo tempo, continua a beneficiar de um enraizamento não apenas entre os Ovimbundu, mas também em parte das etnias do Leste[4]. Esta constelação permite à UNITA manter e diversificar os seus apoios externos, enfrentar as forças governamentais não apenas com tácticas de guerrilha, mas por vezes em combate "convencional", e controlar partes do território durante fases de extensão significativa.[5]

No fim dos anos 1980, esforços de mediação empreendidos de vários lados convenceram a UNITA a concordar com uma solução política do conflito, desde que o MPLA concordasse com a passagem de Angola para uma democracia multipartidária. Este último passo foi dado com a adopção da constituição de 1990 que criou as bases para que, logo depois, se concluísse em Alvor (Portugal) um acordo de paz entre os três movimentos. A UNITA constituiu-se como partido político e concorreu às eleições parlamentares e presidenciais marcadas para 1992, certa de que estas lhe seriam favoráveis. Porém, nas eleições parlamentares obteve uma votação de mais de 30%, portanto expressiva, mas que ficou aquém das suas expectativas. Nas eleições presidenciais, os cerca de 42% obtidos por Jonas Savimbi impediram que José Eduardo dos Santos, presidente em exercício que reuniu 59% dos votos, obtivesse na primeira volta a maioria absoluta, do modo que, pela legislação então em vigor, uma segunda volta teria sido necessária.

Esta não chegou no entanto a realizar-se, porque a UNITA declarou se imediato que tinha havido fraude nas eleições presidenciais, e retomou as suas actividades militares - enquanto os deputados eleitos pela UNITA assumiam as suas funções de forma regular. A seguir a uma fase de êxitos militares, p.ex. a tomada temporária da cidade do Huambo, a UNITA passou a perder terreno de maneira dramática, devido ao reforço maciço das FAA (Forças Armadas de Angola), em pessoal, formação e equipamento, no essencial financiado pelas receitas do petróleo. Em paralelo, constitui-se uma dissidência da UNITA, designada "UNITA Renovada" e liderada por um dos deputados, Eugénio Manuvakola; esta corrente era a favor do abandono da luta armada e de uma concentração sobre a luta política. No fim dos anos 1990 era patente que a UNITA tinha perdido o combate, em termos militares. Perseguido por uma unidade das forças governamentais, Jonas Savimbi é morto em Fevereiro de 2002.

Após a sua morte, a UNITA tornou-se num partido civil e abandonou a luta armada. No congresso da fundação do partido, onde a UNITA Renovada e outros elementos dissidentes foram reintegrados, Isaias Samakuva foi eleito presidente. Concorrendo às eleições parlamentares de Setembro de 2008, a UNITA obteve pouco mais de 10%, tornando-se num partido com poucas condições para exercer funções efectivas de oposição. Em 2012, esta situação levou à saída de uma dos seus mais destacados dirigentes, Abel Epalanga Chivukuvuku que fundou um novo partido, CASA (Convergência Ampla de Salvação de Angola). Apesar desta perda, a UNITA aumentou muito significativamente, de cerca de 80%, nas eleições realizadas em 2012, duplicando o número dos seus deputados, enquanto a CASA obteve rerspeitáveis 6% (e 8 deputados) - constituindo-se, deste modo, uma oposição parlamentar significativa ao MPLA.